terça-feira, 7 de janeiro de 2020



PERFEIÇÃO...

Morei em Aracajú/SE cinco anos!!!

Três vezes por semana costumava correr pela manhã, precisamente cinco da manhã, sol nascendo, corria de Augusto Franco até a praia de Atalaia estendendo à praia de Aruana.

Quando caminhava na praia junto à linha de água encontrava os presentes que o mar generosamente deixava na areia, em forma de saudação.

Via pessoas que adorava levar esses presentes para casa: conchas, búzios, caracóis do mar, pedrinhas…

E há tantos de nós que comungam deste gosto, deste costume, que é normal vermos no areal outros apanhadores destas dádivas.

Tendencialmente, levamos para casa apenas os que, aos nossos olhos, são perfeitos, inteiros, com cores e formas mais apelativas.

No areal, apenas permanecem os búzios partidos, as conchas estaladas, os caracóis do mar furados, as pedras demasiada grandes ou pequenas, ou seja, aquilo que de alguma forma achamos imperfeito.

E é normal. É normal buscar a perfeição das formas.

No entanto, buscar a perfeição das formas pode levar a que nos esqueçamos do essencial: é que a perfeição existe até nas coisas que consideramos imperfeitas.

A imperfeição é imperfeitamente perfeita.

Ou perfeitamente imperfeita.

Seja como for, a imperfeição é perfeita e a perfeição imperfeita, dependendo da perspectiva de cada um.

Afinal, a imperfeição que rejeitamos e deixamos caída no areal, um dia há-de ser areia dourada, cama macia para estender a toalha ao sol, almofada perfeita para a onda se espraiar e a matriz molhada de um castelo cheio de magia nas mãos de uma criança.

Pense nisso!!!

Num Golpe d'Asa.

Paulinho Almeida.
#TempodeVersos.
29.09.2.019.

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