segunda-feira, 30 de julho de 2012

SALVOS DA PERFEIÇÃO...




DEUS DE TÃO PERFEITO conheceu a plenitude do tédio. De tão cercado pelo idêntico a si mesmo, incapaz de dizer por que hoje não é apenas um reflexo de ontem, sem jamais ter sonhado com um outro dia, enfadado com a previsibilidade de um mundo impecável, inventou o amor. Ou seria, preferiu amar?

A invenção do amor, ou dos amigos, é o encontro com o imperfeito e aqui está a sua grandeza. Nada se compara ao êxtase da imaginação, à adrenalina do inusitado, ao ciúme diante do livre amante, à ardência do anseio pelo melhor, ao sabor fugidio do fugaz, à satisfação de um mundo transformado, ao descanso gostosamente dolorido diante do que não mais é caos. Sensações próprias da vida imperfeita, do que está para sempre para ser, dos que sempre podem desejar uma outra coisa. Dos humanos.

Logo depois de inventar o imperfeito, Deus conheceu a lágrima da frustração. A dor mais feliz que espíritos livres sentem. Viu as costas dos que mais amou. Duvidou sem desistir, o Criador chorou mais uma vez. Desta lágrima descobriu o perdão. Lágrima esquentada com afeto e graça.

Mal compreendido pelos amigos, inimigos tolos, pecados, recobriram-no de ídolo. De tão cansados do incerto, angustiados por tanta liberdade, os amigos inventaram ídolos, pretensos profetas e arrogantes senhores do futuro, sacerdotes e magos de um deus acuado, cristos milagreiros da mesmice ressurreta. Inventaram a religião, vestiram-se de absoluto.

Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição.

Elienai Jr.

sábado, 28 de julho de 2012

Amigo Verdadeiro!!!


(Jo.15:13-15)

Nos corredores da vida existem vários tipos de amigos. Existe o “amigo alheio” o velho ladrão; “o amigo dos seus amigos”, aquele que se mostra amigo verdadeiro, excelente, “amigo do gênero humano”, aquele que aparenta ser amigo de todos, sem ter na verdade amizade profunda a ninguém, “amigo do peito”, amigo muito querido, amigo íntimo, “amigo oculto”, aquele que troca presente em dias de festa. Existe também, dentro do contexto familiar, “o marido amigo”, divide bem as cargas existenciais com sua esposa, a “esposa amiga” vive com intensidade “a insustentável beleza de ser” mulher; o “pai amigo”, aquele que procura marcar presença na vida dos filhos, a “mãe amiga”, sempre protetora sem negligenciar os princípios de vida, os “filhos amigos”, aqueles que compartilham com os pais os anseios e frustrações. Todavia, nem um desses amigos supera o “amigo verdadeiro” Jesus de Nazaré, que tem braços fortes de homem carpinteiro e abraço terno de Deus verdadeiro. Este amigo deixou a riqueza lá de cima para assumir nossa pobreza aqui embaixo, deixou a eternidade certa lá de cima para viver a dimensão de tempo que é incerta aqui embaixo, deixou a beleza Divina lá de cima, para assumir as feiúras humanas aqui embaixo. Existe amigo melhor que este? Claro que não meu amigo. Existem mil e uma razões que levam Jesus de Nazaré a ser o verdadeiro amigo, vamos sondar apenas três dessas razões.

A Primeira Razão: Ele é Amigo Verdadeiro Porque Inter-fere Sem Ferir.

Em telecomunicação interferência são sinais espúrios que durante o percurso de transmissão de um sinal original, a ele se superpõe um outro perturbando ou mascarando o seu entendimento. Os amigos citados anteriormente são assim, por melhores que sejam interferem e ferem a vida da gente, perturbando ou mascarando o nosso entendimento em relação à vida. Veja o perfil desse amigo verdadeiro que inter-fere sem ferir, sem machucar. “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto, de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos...” (Salmo 139). A singularidade da sua inter-ferê-ncia não fere, não macula nossa personalidade. Jesus de Nazaré quer inter-ferir em sua vida para fazer você mais que vencedor!!! Esta inter-ferê-ncia não fere, pelo contrário cura a gente de todo mal!!!

A Segunda Razão: Ele é Amigo Verdadeiro Porque Com-partilha de Tudo Que é Meu, e Com-partilha de Tudo Que é Seu.

Com-partilhar é partilhar com. A origem desta palavra é grega da raiz “cum-panis” que significa “aquele que come pão juntos”, daí deriva também a palavra “companheiro” termo usado nos bons tempos idos do P.T. (Partido dos Trabalhadores). Coisa rara ultimamente. Uma boa alusão a companheiro é que nós vimos na amizade assumida entre João Grilo e Chicó do “Alto da Compadecida” de Ariano Sinuasunda. Jesus de Nazaré ao se revelar amigo verdadeiro, esta assumindo diante do mundo visível e invisível, todas as mazelas humanas. Anda pelas ruas estreitas de Jerusalém, cura cego de nascença, limpa as lepras de 10 leprosos, faz mudo falar e ao pobre é pregado as boas novas, o evangelho. O profeta Isaias retrata bem o que Jesus de Nazaré assume. Isto é com-partilhar de tudo que é meu, de tudo que é humano. “Ele levou sobre si todas as nossas iniqüidades”. Jesus de Nazaré também com-partilha de tudo que é seu. Em João 14 Ele com-partilha , 1.) a casa do pai, (v.23), 2.) o próprio pai, 3.) as habilidades inerente a seu caráter, (v.12), 4.) o consol-a-dor d’Ele (v.16) 5.) a paz que Ele tem, aquela paz que o fez vencer a cruz. Eu e você temos o inestimável privilégio de tê-lo como amigo!!!

A Terceira Razão: Ele é Amigo Verdadeiro Porque Tira Seus Amigos do anonimato e os Projeta ao Estrelato.

Os amigos de Jesus de Nazaré era gente sem estrela, sem brilho, gente desfigurada moralmente, gente sem pedigree religioso, gente que tinha a vida “cheia de história”, mas que viviam no anonimato da história; até que um dia, certo carpinteiro de Nazaré chegou falando que era “Deus”, filho de Deus; só gente anônima, deitada na “sepultura do anonimato” poderia acreditar nesta besteirinha, que confunde muita gente até hoje. Quem conta e escuta “história de pescador” não tem nada a perder com a história de um carpinteiro; quem está acostumado com os des-mando da vida não tem nada a perder com um cara que se diz Deus-humano. E é neste funil que os amigos de Jesus de Nazaré entram, e assim vão curtindo dia após dias o anonimato do cordeiro, que não tinha onde reclinar a cabeça, e vão caminhando junto com Jesus de Nazaré até padecer a maximização do anonimato que tem um nome, CRUZ!!! É certo que estes amigos fogem, se escondem, traem diante de tamanho anonimato, enfim, são anônimos. Todavia, ao terceiro dia o “amigo verdadeiro” cumpre sua palavra, Ele ressuscitou!!! Aqui a história muda meu amigo. “O brilho das estrelas é conseqüência de sua morte a milhões de anos”. Em Atos dos apóstolos percebemos o brilho, o estrelato de quem um dia vagueou no anonimato com Jesus de Nazaré. Em Atos 3 Pedro e João curam um homem coxo de nascença que estava na escadaria do templo chamada formosa. Os que achavam que tinha estrela, que andavam no estrelato se perturbaram, levaram Pedro e João para algumas interrogações e Pedro se auto-defende, o que os deixa ainda mais confusos, ao perceberem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados (anonimato letivo) e incultos (anonimato cultural) admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus de Nazaré. (Atos 4:13). A ressurreição é o verdadeiro estrelato!!!

Conclusão.

“Que faremos com estes homens? Pois, na verdade é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal” notório “foi feito por eles, e não podemos negar...”. É assim que o amigo verdadeiro faz, na mesma Jerusalém onde viviam doze homens ofuscados, sem brilho, no anonimato; agora brilham, são centros dos holofotes, capa da Time (revista americana), para que todos “veja”-m (nas paginas amarelas da veja, a pagina mais importante deste periódico), só para que todos saibam que “Isto é” que é “Amigo Verdadeiro”.

Aplicação.

Estas são as três simples razões por que Ele é o “Amigo Verdadeiro”. 1.) Ele inter-fere e não fere. 2.) Ele com-partilha de tudo que é meu e com-partilha de tudo que é seu. 3.) Ele tira seus amigos do anonimato e os projeta ao estrelato. Minha oração é que ele te abençoe sem limites...


Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.

Languidez!!!


Sei dos teus gestos,
Teus atos, teus protestos...
Sei de tua cor de ébano,
Teu cheiro seduz...
Sei dos teus caprichos,
Teu nicho, onde vai quieta minha imagem...
Sei do teu riso solto,
Teu olhar de candura, que dura o tempo todo esmagando o tempo!!!
Sei da tua sapequice,
Tua meninice que seduz...
Sei dos teus en-cantos,

Por isso componho contos, que te conto para te en-cantar!!!
Sei que és trigo,
Teu existir é abrigo onde descanso meu caminhar!!!
Sei que és música...
Arte de combinar os sons!!!
Sei que és suavidade, doçura...
Por isso essa minha LANGUIDEZ...


Para Nega Neta, Ana Cristhina!!!

Paulinho Almeida.

Tempo de Vida.
25.07.2.012.

Conceito de Esperança!!!


ESPERANÇA


Do latim sperare. Sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Do ponto de vista teológico, a Esperança é uma virtude sobrenatural, que leva o homem a desejar Deus, como bem supremo. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)


Genericamente, a esperança é toda a tendência para um bem futuro e possível, mas incerto. Psicologicamente, tensão própria de quem se sente privado de um bem ardentemente desejado (imperfeições), mas que julga poder alcançar por si mesmo ou por outrem. A esperança diz respeito aos bens árduos e difíceis, porque não dependem apenas da vontade de quem os espera, mas também de circunstâncias ou vontades alheias, e que, por isso, a tornam de algum modo, incerta e falível. Justaposta às esperanças do dia-a-dia, há a grande esperança, ou seja, um vínculo permanente entre a espécie e o seu criador. (Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).


Encha seu coração de esperança pois ESPERANÇA é: Sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente.


Ósculo Santo em todos!!!


Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.

Desiderata!!!


DESIDERATA Oriunda da palavra Latina desideratus; significa: As coisas que se desejam e ainda não existem. = ASPIRAÇÃO.


Como podemos fazer valer em nossas vidas A DESIDERATA?


Em primeira instancia...


* É preciso tomar DE-CISÕES RADICAIS, o que significa que muitas coisas que "gostamos" terão que ficar para traz, em nosso passado. Isto pode significar, geografias, bens adquiridos, pessoas, condição de aparente tranquilidade etc.


A DE-CISÃO mais radical que salta aos meus olhos é a do VERBO SE FEZ CARNE e HABITOU ENTRE NÓS em seguida a MORTE DO VERBO ENCARNADO NA CRUZ...


Em segunda instancia...


* É a CAPACIT-AÇÃO PARA ENFRENTAR MOMENTOS DIFÍCEIS. A vida por si só é o enfrentamento das dificuldades, nós nascemos chorando. Todavia temos inserido em nosso D.N.A a resiliência...


RESILIÊNCIA é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico.


Em terceira instancia...


* A CONSCIÊNCIA QUE EXISTIMOS PARA UMA MISSÃO. A maioria das pessoas acredita que a felicidade é um lugar aonde se chega. Por esta razão, dizem que serão felizes quando casarem, quando trocarem de emprego, quando comprarem aquela casa, quando os filhos estiverem criados. São pessoas que vivem no mundo do quando, e nesse caso, não vivem o mundo real, mas sim uma hipótese, uma suspeita, uma esperança. Entretanto, conforme destaca OS EVANGELHOS, a felicidade não é um lugar onde se chega, mas sim o jeito como se vai, e esse jeito de ir deve ser coerente com a natureza humana, a saber, a Imago Dei a imagem de Deus. A boa nova, segundo o OS EVANGELHOS, é que é perfeitamente possível ser feliz aqui e agora, enquanto vivemos a esperança do ali e além.


Enfim,

 "Prossigo para o ALVO, para o prêmio da soberana vocação de Deus que há em Cristo Jesus..."

DESIDERATA, queridos!!!

Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.