quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um Novo Tempo, Apesar dos Perigos.

O Sermão do monte é a ousada PROPOSTA de Jesus de Nazaré em ser-mãos que se propõe a moldar, a transformar homens simples em cidadãos do Reino de Deus. Mahatmah Gandy dizia que o cristianismo não precisava de toda bíblia para produzir transformações significativas no mundo; bastava aos discípulos de Jesus de Nazaré observar as “bem aventuranças”. Ora, gerar transformações significativas no mundo é pré-suposto de um novo tempo, apesar dos perigos. O pano de fundo histórico onde se tece o desafio de gerar um novo tempo é marcado pela pressão política romana, pela pressão filosófica grega e pela pressão religiosa hebraica. Como se não bastasse, a mente dos 12 homens chamados por Jesus de Nazaré estavam impregnadas de revanchismo; no inconsciente coletivo hebraico pairava a necessidade urgente de um libertador político, filosófico e religioso, posto que a pressão tinha essa tríade. A grande proposta do evangelho não é gerar mudanças estruturais, é sim e a acima de tudo gerar “Um Novo Tempo, Apesar dos Perigos”. Vem comigo, vejamos quais os desafios que demandam o Novo tempo.

No Novo Tempo, Faz-se Necessário a Reprogramação da Mente Para Ousar Novos Sonhos e Alçar Novos Vôos.

A mente humana é viciada em consumismo. Esta insanidade não é privilégio da geração pós-moderna. Este vírus do consumismo nos afetou desde o Éden quando o fruto do conhecimento do bem e do mal engravidou Adão e Eva da síndrome da divindade. A síndrome da divindade leva o homem a pensar que o alimento é mais do que a vida. O álibi usado pela serpente foi este, “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal”. (Gn. 3:5). Não obstante, “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”. (Gn. 3:6). Nestes dois pequeninos textos está inserido a palavra comer quatro vezes pressupondo que o homem sofre do consumismo desde útero Edênico. Isto dá-nos a entender que a supervalorização do alimento faz sucumbir à escala de valores da vida dando ensejo de que o alimento é superior à vida. Não seria esta a razão de termos hoje uma crescente população de obesos mirins no universo? Consequentemente, após ter comido o fruto do conhecimento do bem e do mal o homem se percebe nu. “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”. Nasce aqui à necessidade da vestimenta, e o vestir se torna mais importante que o próprio corpo. Expressões culturais das mais antigas na história da humanidade são estas duas coisas, comer e vestir. Estas duas necessidades básicas geram no homem ânsias incontroláveis que eu chamo de síndrome da divindade. Quem muito tem quer manter o que tem para não perder o que já conquistou. Quem nada tem luta para ter o que não tem vislumbrando em quem já tem o modelo para uma vida melhor e feliz. Estes dois estereótipos perdem a possibilidade de ousar, sonhar novos sonhos e alçar novos vôos, sendo que o primeiro resume toda a vida no aqui e agora vivendo o drama dos vermes de Camões que ao serem questionados porque roíam os livros responderam: “Não sabemos apenas roemos”. Este tipo de ser humano perde a possibilidade de sonhar com uma sociedade mais justa, menos egoísta, mais solidária. Vivendo assim, nasce um narcisismo divinizado onde o que importa não é o bem estar comunitário e sim o bem estar solitário do amontoamento dos bens pessoais. Quando isto acontece nasce as diferenças de classes; surge então, o segundo estereótipo como quem diz: “se ele tem logo eu também posso ter”. E se este não consegue ter o que o outro tem usa-se a forma mais fácil para se adquirir o objeto “sonhado”; o roubo. Assim nasce uma geração sem ousar novos sonhos e alçar novos vôos. Para que ousemos novos sonhos e alcemos novos vôos é preciso reprogramar nossa mente. O grande desafio de Jesus de Nazaré com o seu pequenino rebanho era levá-los a fazer leitura certa do tempo do espaço e da história. Em Jesus de Nazaré os últimos são os primeiros, reina quem serve, ganha quem ousar perder, vive quem morre. O segredo do Reino de Deus não era destronar Cezar, sobrepujá-lo as mesmas “armadilhas da noite escura” que era a espoliação e a escravatura; não, o segredo do Reino de Deus não era trocar a situação pela oposição, situação e oposição são coisas da democracia, posto que situação e oposição são apenas lados diferentes da mesma moeda. O segredo do Reino de Deus, da teocracia, era gerar uma terceira via; Homens capazes de reverter situações com as mentes reprogramadas para “vender suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. (Atos 2:45). A comunidade dos discípulos nasce, vive e sobrevive do ousar novos sonhos e alçar novos vôos; sem depender do estado ou de influências de pistolões. Os discípulos viviam do sopro do Espírito e o Espírito leva a gente a valorizar a vida!!! “Porque a vida é mais do que alimento, e o corpo, mais do que as vestes”. (v.23). Quem pensa assim reprogramou sua mente pela palavra desafiadora do evangelho. A palavra desafiadora do evangelho pontua que projeto significativo e de mudança constante nasce, vive e permanece sob o signo da cruz. Hoje a igreja brasileira é uma das maiores senão a maior igreja cristã do mundo; todavia, vemos muita ortodoxia e pouca ortopraxia. Isto introduz o consumismo no seio da igreja, e como não poderia deixar de ser, nasce uma fé utilitarista. Cremos mais em um Deus que tudo faz (comer e vestir) do que em um Deus que tudo “É”. Um Deus que tudo “É”, faz a gente sonhar com a vida, “porque a vida é mais”... Se a vida é mais, porque quebrar a cana esmagada, porque apagar a pavio que fumega, porque apedrejar a mulher adúltera, porque judeu não conversa com samaritano. Porque tanto dinheiro gasto com programa de televisão? Porque o mundo gira em torno do meu umbigo denominacional? Porque os resultados são mais valorizados que a cura da alma? Porque o carisma vale mais que o caráter? Porque o espírito do poder vale mais que o poder do Espírito? Você já parou pra pensar nisso? Se não, “Pare e pense”. (que saudade). “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mt. 11:28-30). Para que haja reprogramação da mente urge restaurar a mensagem da cruz. Não existe reprogramação da mente sem sacrifício, sem perder coisas aparentemente conquistadas. A popularidade de Jesus de Nazaré aparentemente conquistada por ele (pelo menos no inconsciente coletivo hebraico e em especial dos doze discípulos) se perde no advento da cruz. Isto porque a cruz era símbolo de vergonha, de desprezo, de maldição. Na época de Jesus esta expressão figurada era compreensível de imediato a qualquer pessoa, pois todos podiam contemplar livremente as peculiaridades da pena da crucificação. Diferente de outras formas de execução, a crucificação era aplicada quando se queria tirar do criminoso não só sua vida, mas também a sua honra, quando se queria expô-lo ao desprezo absoluto e à aniquilação moral. Esta era a intenção também com o próprio Jesus: “Era necessário que [...] sofresse muitas coisas e fosse rejeitado”. Tanto para judeus como para os romanos a morte na cruz era uma morte vergonhosa, que equivalia à excomunhão. Deste modo, a carta aos Hebreus liga à crucificação de Jesus de Nazaré expressões como “expondo-o a ignomínia” (Hb. 6:6), “o opróbrio de Cristo” (Hb. 11:26), “sofreu fora da porta” (Hb. 13:12) e “levando o seu vitupério” (Hb. 13:13). O escárnio, porém, não principiava somente na cruz (Hb. 15:29,31), mas já desabava sobre a cabeça do condenado assim que este colocava o pé na rua, com a viga transversal sobre os ombros, diante da população que uivava. Ele já podia ser considerado morto e, enquanto cambaleava sob o peso da viga pelo corredor polonês da multidão, qualquer pessoa podia castigá-lo com um golpe ou um pontapé, cuspir ou jogar sujeira nele ou amaldiçoá-lo (Joaquim Jeremias teologia, p 232). Veja o que a bíblia diz acerca dessas coisas: “Quem não toma sua cruz e vem após mim não é digno de mim”. (Mt. 10:38). “Fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”. (Atos 14:22). O reino de Deus se constrói assim, o sonho de Deus é vislumbrar a morte de Jesus de Nazaré em favor do mundo inteiro em todos os tempos, por isso o cordeiro de Deus fora morto antes da fundação do mundo (I Pedro 1:19,20). Há aqui uma ironia, a vida na perspectiva divina “é vida que nasce da morte, é vida que traz o perdão, é muito mais que uma religião, é Cristo morando na gente!!! O sonho de Deus é que sua igreja, sua amada siga o mesmo plano agendado por Ele; plano este que fez Jesus de Nazaré vencer todo antropocentrismo, todo ego sob o signo da cruz. “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas, sonho que sonha junto é uma realidade”. “a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. (II Cor. 5:19). convocando, provocando e evocando, homens e mulheres que queiram viver um novo tempo, apesar dos perigos. Hoje é dia de reprogramar nossa mente para ousar novos sonhos e alçar novos vôos!!!

No Novo Tempo, Precisamos Lidar Com as Variações da Alma.

A alma é um complexo de surpresas, é ela responsável pelo registro, o arquivamento, a catalogação das impressões externas, das vivências contraditórias, das informações que chegam e grudam, colam, se alojam no mais profundo do nosso psiquismo, gerando a partir das sensações sentidas, o trágico sentimento de baixa-estima, de ansiedade, que é sem sombra de dúvida, a porta que abre para o horizonte da desumanização. O que Jesus de Nazaré está querendo dizer quando pontua pra gente “Não andar ansioso por coisa alguma”. (v.22) é que precisamos lidar com as variações da alma. Quando não relacionamos bem com as variações da alma, somos carregados por estas variações como folha seca ao vento. A alma é como o filho pródigo, quer o prazer sem fazer se quer nenhum sacrifício. Posto o desafio de ser “bem aventurado” na vida, vem a reboque também os desafios, as demandas, os sacrifícios, sem os quais não se pode desenvolver o reino de Deus. Tais desafios mexem com nossas emoções, espremem nossa essência, tira o nosso substrato. Quando isso acontece nossa alma começa a tergiversar, claudicar, mancar entre querer fazer o bem e não conseguir fazê-lo, querer não fazer o mal e acaba fazendo; exatamente por causa dessas variações que não pedem licença para dominar a sede dos sentimentos, levando-nos a exclamar, “miserável homem que sou quem me livrará do corpo dessa morte?” Jesus de Nazaré ironiza quando diz que as nossas necessidades por mais que sejam legítimas não conseguem acrescentar quarenta centímetros (côvado) ao curso da vida, ou seja, não podem nos fazer “andar...” [...]. Andar é necessidade básica, todavia andar ansioso por alguma coisa tira o nosso foco, embaça nossa visão, violenta nossos sonhos, e faz adoecer a esperança. Andar ansioso faz-nos presa fácil das inquietações. Percebo no ceio da igreja certa inquietação, a busca por muita quantidade e pouca qualidade, muita ação e pouca unção, muito carisma e pouco caráter; muito cargo e pouco encargo; até porque, o que sempre fez a igreja caminhar foi o avesso do que citamos acima. As características da igreja deveria ser aquelas citadas no ensinamento de Jesus de Nazaré. Antes de tudo, qualidade depois quantidade, unção depois ação, caráter depois carisma, encargo depois o cargo. Quando os valores são mudados nascem às inquietações, e toda inquietação não passa de andar em círculos, alguma coisa parecida com quarenta anos andando no deserto. As variações da alma precisam estar sendo bem monitorada por aqueles que pretendem andar lado a lado com Jesus de Nazaré, e esta monitoração tem haver com auto-conhecimento. No novo tempo, apesar dos perigos, o auto-conhecimento surge da entrega sem reservas ao projeto do reino de Deus; entregar-se sem reserva não é função do Espírito Santo e sim de todos os que aceitaram o desafio de buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça. “E não vos entregueis as inquietações”. (v.29). Que a nossa inquietação seja esta: “Se viver, viverei para o Reino e se morrer, morrerei para o Reino!”. Este tipo de vida faz-nos lidar melhor com as variações da alma!!!

No Novo Tempo, Nossa Esperança Deve Ser Bem Maior que a Vingança.

Várias conquistas das classes dominadas na história da humanidade nasceram da vingança e não da esperança. Diferente desta máxima, Jesus de Nazaré propõe que a implantação do Reino de Deus não deveria jamais partir da vingança. Por esta razão ensina o mestre que deveríamos “amar nosso inimigo e orar pelos que nos perseguem”; quando isto começa a acontecer é porque a esperança começou a dilatar nosso coração, sensibilizando nossa alma; dando-nos a entender que até o maior inimigo carrega na sua interioridade potencialidade amigável, posto que pela oração tudo possa mudar! O mesmo acontece com quem nos persegue, pressupondo que o perseguidor um dia caminhará lado a lado com o perseguido. Quem ver a vida com estas perspectivas, com certeza está gestante da esperança. É preciso pedir ao Pai que faça a esperança abrir as asas sobre nós, alçar vôos rumo ao novo tempo, apesar dos perigos. Quando andarmos sob o signo da esperança, mudanças significativas acontecerão na familia que é a célula mater da sociedade; maridos poderosos chefões se transformarão em cavalheiros, esposas tiranas se transformarão em verdadeiras Amélias voluntariamente, filhos rabugentos serão parceiros incontestes do bem estar familiar, pais encrenqueiros deixarão de suscitar ira aos seus filhos. O que de fato quero jogar pra dentro da sua alma, é que toda transformação começa dentro de casa. Perceba que toda violência nos grandes centros urbanos no mundo inteiro, nasce exatamente do sentimento de vingança que é fruto da violência sofrida dentro da própria casa. Faz-se necessário debruçarmos ante o trono de Deus e pedirmos urgentemente, “venha a nós o teu Reino”. O Reino de Deus manifestado quebra o revanchismo anula os preconceitos, abole a violência, expõe as diferenças, manieta a vingança e acima de tudo engravida nossa alma de esperança, e a alma grávida de esperança é certo que dará a luz um novo tempo, tempo este que será marcado pela flexibilidade, onde se anda a segunda milha, ou seja, mais do que o exigido. Neste tempo a extravagância no amor sempre estará superando a possibilidade do ódio mostrar sua carranca, sua careta. Os discípulos de Jesus de Nazaré teriam que administrar bem suas emoções, pois por mero capricho queriam mandar fogo para destruir uma cidade inteira de samaritanos, por causa de uma pequena oposição a eles (Lucas 9:51-56). Imagina se eles pudessem pegar Herodes, Cezar e outros; na esquina? Não é assim que nos sentimos quando aparentemente nossa autoridade é contestada, quando nosso projeto é interrompido, quando esposas resistem aos maridos, quando maridos mandam e desmandam nas esposas, quando nossa liberdade de expressão é caçada, quando a ditadura tenta destruir a democracia, quando a oposição confronta a situação? No Reino de Deus, o Rei não é verdugo porque ama os súditos, os súditos não são servos porque foram chamados a ser amigos e amigos sabem os segredos do amigo. Perceba que nesta perspectiva, todas as coisas nos foram acrescentadas. O interessante é que estas coisas acontecem do particular para o geral. O problema está em que procuramos transformações do geral para o particular. Quando digo que o Reino flui do particular para o geral é porque o conselho fora dado antes e acima de tudo ao “pequenino rebanho” dos doze discípulos. O texto diz que o Pai se agradou em dar ao rebanhozinho e não ao rebanhão, o seu Reino. “Buscai, antes de tudo, o seu Reino e a sua justiça, e estas coisas vos serão acrescentadas”. (v.31). “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu Reino”. (v.32). Deus está esperando nosso posicionamento em relação ao novo tempo! No novo tempo nossa esperança deve ser bem maior que a vingança! No novo tempo segundo a declaração profética, “O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da serpente, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaias 11:6-9). Perceba que a voz profética decreta que as coisas antagônicas, os opostos, os contrários se atrairão, e juntos comporão o Reino no novo tempo e então, não haverá mais perigo, porque os indomáveis serão domesticados, glória a Deus. Tudo isto acontecerá quando o “pequenino rebanho” encarnar a mensagem “que ao Pai se agradou em dar-vos o seu Reino”. Que venha este novo tempo e seja banido todo o perigo!!!

No Novo Tempo, a Essência da Vida é a Voluntariedade e a Generosidade.

Quem vive sob o signo da escravatura não conhece o que é voluntariedade e generosidade, até porque a escravatura estupra, violenta o dom supremo que é o promotor da essência da vida. O amor é o dom supremo, e é no útero do amor que vemos nascer à voluntariedade e a generosidade. Quando declaro que voluntariedade e generosidade é a essência da vida, de fato quero dizer que voluntariedade e generosidade são como dois braços capazes de abraçar, promover cura, acariciar. Verbalizar que amamos sem transformar isto em gestos não gera nenhum tipo de mudança, não inaugura o novo tempo. Voluntariedade é disponibilidade de tempo, de bens; generosidade é a entrega deste tempo, destes bens. Estes gestos enobrecem a humanidade, leva-nos a andar de mãos dadas rumo ao novo tempo, faz-nos caminhar o caminho mais alto que o nosso, faz-nos pensar o pensamento mais alto que o nosso. “Vendei os vossos bens”, isto é imperativo e urgente. O acúmulo de bens nos desumaniza, despotencializa a solidariedade, quebra os dois braços, voluntariedade e generosidade, que deveria abraçar promover cura, acariciar; entulhando a nascente do amor, impedindo a inauguração do novo tempo. “Dai esmolas”, também é imperativo e urgente. O ato de dar esmolas deve ser muito mais do que desencargo de consciência, quando existe generosidade neste ato elevamos o ser carente ao mesmo nível do ser suprido, e assim cumprimos a máxima do evangelho, do reino de Deus. “Porque tive fome me deste de comer, tive sede me deste de beber, estava preso e foste me visitar”. A prática do evangelho deve ser exageradamente diferente da prática do estado, da política, da organização social. É necessário resgatarmos o fundamento desta prática. Às vezes colocamos a responsabilidade no governo, no estado, nos políticos e nada fazemos como igreja para mudar a diferença berrante que existe até mesmo no nosso meio. Jesus de Nazaré disse que seus discípulos seriam conhecidos no mundo pelo exercício do amor. “E nisto conhecereis que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. A igreja primitiva impactou não pela mídia, não pela propaganda, mas pela vida que vivia, pela voluntariedade e generosidade existente naquela primeira “comum unidade”. Os primeiros discípulos fizeram para eles, bolsa que não desgastaram tesouro inextinguível nos céus, aonde não chega o ladrão, nem a traça consome. O coração é o responsável por tudo que possa acontecer. É no coração que vemos o limiar do novo tempo, no coração estará o resgate da voluntariedade e da generosidade. Precisamos urgentemente colocar o coração em tudo que formos realizar para o próximo, principalmente para os menos favorecidos. “Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc. 12:34). Tesouro é algo que contém presupostamente riquezas, bens inalienáveis; às vezes seres humanos querem transformar bens espirituais em coisas palpáveis, isto só é possível quando tocamos o outro como a nós mesmo, eis à razão exposta por Jesus de Nazaré de amarmos o próximo como a nós mesmos. Este tipo de vida está escasso, está em extinção, todavia se entregarmos nosso coração ao Pai ele vai resgatar através do seu espírito homens e mulheres que serão capazes de inaugurar o novo tempo. “Do coração procede às saídas da vida”. A tríade que revela um coração convertido e convencido de que deve fazer o bem sem olhar a quem, são reveladas em Lucas doze versos trinta e três; veja aí, “Vendei”, “daí”, “fazei”. Este é o desafio de “Um novo tempo apesar dos perigos”.

“Vendei os vossos bens e dai esmolas, fazei para vós outros, bolsas que não desgastem tesouro inextinguível nos céus, aonde não chega o ladrão, nem a traça consome”. (v.33).

“Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. (v.34).

Conclusão.

Jesus de Nazaré trouxe ensinos preciosos acerca do que realmente devemos buscar. Servir aos outros como Ele serviu, a ponto de dar a Sua vida pela nossa salvação, é o modelo a seguir. O melhor é ser importante para Deus, gerar um novo tempo apesar dos perigos e nada mais!!!

Aplicação.

Procure um meio de servir aos outros por meio do seu testemunho pessoal. Aceite o desafio de falar do amor de Deus que alcançou o seu coração. Sirva sem ser visto. Minha paixão acima da razão e lucidez tem nome: Jesus de Nazaré!!!

Por Ele viver...

Por Ele morrer...

Por Ele ressurgir...

É-ter-na-mente!!!


Paulinho Almeida.

Tempo de Vida...


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