terça-feira, 31 de março de 2020
A Vida Vive, Dois Compassos...
A vida dá-se inteira a quem é inteiro.
A vida vive em quem a dá.
A vida vive em quem a recebe.
A vida não se vive: a vida vive-nos a cada sopro.
A vida dá-se-nos na medida exata em que damos de nós à vida.
A vida é sábia e sabe sempre o que fazer conosco, mesmo que não o saibamos reconhecer, mesmo que não o saibamos aceitar, mesmo que não o saibamos valorizar, mesmo que a vitimização se apodere de nós.
A vida é como o espraiar das ondas na praia: faz-se e desfaz-se em nós e nós fazemo-nos, desfazemo-nos e refazemo-nos com ela, até que nada mais reste que espuma.
É que a vida anda sempre de mãos dadas com a morte numa dança de dois compassos.
A vida e a morte dançam-nos e dançam-se em nós e através de nós a cada momento em que morremos para o momento anterior só para, logo em seguida, renascermos para o momento seguinte. Simples assim.
Dois compassos perfeitamente alinhados, em que a ordem da criação está sempre um passo adiante da ordem da aniquilação.
Num Golpe d'Asa.
Paulinho Almeida.
#TempodeVersos.
31.03.2.020.
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