quinta-feira, 27 de setembro de 2012

AMAZING GRACE.

A verdadeira adoração é aquela que transcende a envergadura do estético, do esteriótipo, da mídia, do modismo.

Amazing Grace é, sem dúvida, um dos grandes hinos cristãos. Seu autor, o pastor inglês John Newton (1725-1807), foi um ex-traficante de escravos. Certo dia, durante uma forte tempestade, Newton entregou seu coração a Deus. 

Pastor em Olney, na Inglaterra (1764 a 1780), John Newton faleceu com a idade de 82 anos, em 21 de dezembro de 1807. Ele resumi

u sua vida e escreveu seu próprio epitáfio, que diz em parte:

John Clerk Newton,

Uma vez um infiel e libertino,
Um servo de escravos na África,
Foi pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
Preservado, restaurado, perdoado,
E nomeado para pregar a fé que ele
Tinha se esforçado muito para destruir ....

Provavelmente escreveu Amazing Grace entre 1760 e 1770. Baseado em I-Crônicas 17:16-17, passagem em que o rei Davi rememora a misericórdia de Deus para com um homem tão insignificante e pecador como ele. Foi escrita para ilustrar um sermão no dia de ano novo de 1773 e fez parte dos "Hinos Olney", hinário de músicas compostas por John Newton e seu amigo, o poeta William Cowper. A melodia é de uma música entoada pelos negros escravos que viajavam nos navios ingleses.

Nos Estados Unidos, Amazing Grace foi amplamente utilizada durante o Segundo Grande Despertar no início do século 19. Tem sido associada com mais de 20 melodias. Jonathan Aitken, um biógrafo de Newton, estima que o hino seja tocado cerca de 10 milhões de vezes por ano. Sua mensagem universal tem sido um fator significativo em sua passagem na música secular. Amazing Grace ressurgiu em popularidade nos EUA durante a década de 1960 e foi registrada milhares de vezes durante e desde o século 20, às vezes aparecendo nas paradas de música popular. Intérpretes famosos como Elvis Presley, B.J. Thomas, Aretha Franklin, Celine Dion, e mais recentemente, Susan Boyle, perpetuam a popularidade do hino.

Philip Yancey narra um emocionante fato relacionado a uma apresentação de Amazing Grace. Ocorreu em 11 de junho de 1988, no estádio de Wembley, em Londres. Foi organizado um tributo a Nelson Mandela, que estava preso na África do Sul. Músicos famosos como Sting, Dire Straits, Stevie Wonder, George Michael, Bee Gees e Whitney Houston cantaram para uma multidão no estádio e fora dele. O evento foi transmitido para 67 países, para um público estimado em 600 milhões de expectadores.

Uma cantora lírica foi convidada para finalizar o show: Jessy Norman. Ela cantaria Amazing Grace.

Yancey conta: "Durante doze horas grupos de rock como Guns'n Roses estiveram atordoando a multidão com palavras de ordem, irritando os fãs já alterados com álcool e drogas...Finalmente, chega a hora de ela cantar. Um simples círculo de luz acompanha Norman, uma majestosa mulher afro-americana usando um esvoaçante dashiki africano, enquanto atravessa o palco. Sem nenhum acompanhamento, sem instrumento musicais, apenas Jessy. A multidão se agita, nervosa. Poucos reconhecem a diva da ópera. Uma voz grita pedindo Guns'n Roses. Outros se juntam ao grito. A cena começa a ficar pesada.

Sozinha, a capela, Jessy Norman começa a cantar, muito lentamente, os primeiros versos do hino.

Uma coisa espantosa aconteceu no Estádio de Wembley naquela noite. Setenta mil fãs roucos ficaram em silêncio diante da ária da graça.

Quando Norman chegou à segunda estrofe: "Tal graça me levou a temer assim que em Deus eu cri...", a soprano já tinha a multidão em suas mãos.

Ao chegar à terceira estrofe: "Por provas duras passarei...mas pela graça irei morar na eternal mansão..." diversas centenas de fãs estavam cantando junto, cavando profundamente em lembranças já esquecidas em busca das palavras que haviam ouvido há muito tempo." (Maravilhosa Graça, p. 296/297).

Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.
27.09.2.012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário