Minha vó Dindinha dizia que – Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher – Fato. Todavia, é impossível não “meter um olhar” observador nos relacionamentos que nos cercam.
E quando este olhar é saudável conseguimos fazer a lei
tura correta dos comprometimentos, do envolvimento, da cumplicidade, da textura que cada relacionamento se propõe. Foi em Adão e Eva, nosso arquétipo maior, que descobrimos estes "detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muitas grandes para esquecer..."
Demostrar Carinho...
A carícia constitui uma das expressões máximas do cuidado. Por que dizemos carícia essencial? Porque queremos distingui-la da carícia como pura excitação psicológica, em função de uma benquerença fugaz e sem história. A carícia-excitação não envolve o todo da pessoa. A carícia é essencial quando se transforma numa atitude, num modo de ser que qualifica a pessoa em sua totalidade, na psique, no pensamento, na vontade, na interioridade, nas relações que se estabelece.
O órgão da carícia é, fundamentalmente, a mão: a mão que toca, a mão que afaga, a mão que estabelece relação, a mão que acalenta, a mão que traz quietude. Mas a mão não é simplesmente mão. É a pessoa humana que através da mão e na mão revela um modo - de - ser carinhoso. A carícia toca o profundo do ser humano, lá onde se situa seu centro pessoal. Para que a carícia seja verdadeiramente essencial precisamos afagar o eu profundo e não apenas o ego superficial da consciência.
A carícia que nasce do centro confere repouso, integração e confiança. Daí o sentido do afago. Ao acariciar a criança, a mãe lhe comunica a experiência mais orientadora que existe: a confiança fundamental na bondade da realidade e do universo; a confiança de que no fundo, tudo tem sentido; a confiança de que a paz e não o conflito é a palavra derradeira; a confiança na acolhida e não na exclusão.
A carícia exige total altruísmo, respeito pelo outro e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e de amar. Não é um roçar de peles, mas um investimento de carinho e de amor através da mão e da pele.
O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado. Assim como a estrela precisa de aura para brilhar, assim o afeto precisa da carícia para sobreviver. É a carícia da pele, do cabelo, das mãos, do rosto, dos ombros, da intimidade sexual que confere concretude ao afeto e ao amor. A carícia essencial é leve como um entreabrir suave da porta. Jamais há carícia na violência de arrombar portas e janelas, quer dizer, na invasão da intimidade da pessoa. Agarrar é expressão do poder sobre, da manipulação, do enquadramento do outro ou das coisas ao meu modo de ser. A mão que acaricia representa o modo-de-ser-cuidado, pois “a carícia é uma mão revestida de paciência que toca sem ferir e solta para permitir a mobilidade do ser com quem entramos em contato”. Saber cuidar é saber tocar, uma das maiores expressões de um JEITO DE AMAR.
Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.
28.09.2.012.
Demostrar Carinho...
A carícia constitui uma das expressões máximas do cuidado. Por que dizemos carícia essencial? Porque queremos distingui-la da carícia como pura excitação psicológica, em função de uma benquerença fugaz e sem história. A carícia-excitação não envolve o todo da pessoa. A carícia é essencial quando se transforma numa atitude, num modo de ser que qualifica a pessoa em sua totalidade, na psique, no pensamento, na vontade, na interioridade, nas relações que se estabelece.
O órgão da carícia é, fundamentalmente, a mão: a mão que toca, a mão que afaga, a mão que estabelece relação, a mão que acalenta, a mão que traz quietude. Mas a mão não é simplesmente mão. É a pessoa humana que através da mão e na mão revela um modo - de - ser carinhoso. A carícia toca o profundo do ser humano, lá onde se situa seu centro pessoal. Para que a carícia seja verdadeiramente essencial precisamos afagar o eu profundo e não apenas o ego superficial da consciência.
A carícia que nasce do centro confere repouso, integração e confiança. Daí o sentido do afago. Ao acariciar a criança, a mãe lhe comunica a experiência mais orientadora que existe: a confiança fundamental na bondade da realidade e do universo; a confiança de que no fundo, tudo tem sentido; a confiança de que a paz e não o conflito é a palavra derradeira; a confiança na acolhida e não na exclusão.
A carícia exige total altruísmo, respeito pelo outro e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e de amar. Não é um roçar de peles, mas um investimento de carinho e de amor através da mão e da pele.
O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado. Assim como a estrela precisa de aura para brilhar, assim o afeto precisa da carícia para sobreviver. É a carícia da pele, do cabelo, das mãos, do rosto, dos ombros, da intimidade sexual que confere concretude ao afeto e ao amor. A carícia essencial é leve como um entreabrir suave da porta. Jamais há carícia na violência de arrombar portas e janelas, quer dizer, na invasão da intimidade da pessoa. Agarrar é expressão do poder sobre, da manipulação, do enquadramento do outro ou das coisas ao meu modo de ser. A mão que acaricia representa o modo-de-ser-cuidado, pois “a carícia é uma mão revestida de paciência que toca sem ferir e solta para permitir a mobilidade do ser com quem entramos em contato”. Saber cuidar é saber tocar, uma das maiores expressões de um JEITO DE AMAR.
Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.
28.09.2.012.