terça-feira, 13 de abril de 2010

Canção que liberta!!!

“O Bêbado e a Equilibrista” é uma das mais famosas músicas que berraram nos ouvidos da covarde ditadura – mesmo “covarde ditadura” sendo redundante, vale destacar – militar que assolou – e assombrou – o Brasil de 1964 a 1985. A música foi composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no LP “Linha de Passe”, em 1979 e gravada por Elis Regina, voz que deu forma à música e ficou conhecidíssima, como a doce adjetivação da esperança – equilibrista – Existem muitas possibilidades para as geniais – e geniosas – metáforas de Aldir Blanc. Como a de que as “estrelas” seriam generais e “céu” a prisão.

Betinho, sociólogo, ativista pelos direitos humanos, perseguido e exilado na época do regime militar, era irmão do, também genial, Henrique de Souza, o cartunista Henfil, este que foi apresentado ao compositor Aldir Blanc por sua amiga a cantora Elis Regina, no verão de 1975, iniciando assim uma boa amizade.

Henfil costumava encher os ouvidos do amigo de suas memórias do “mano” Betinho, exilado desde 1971.

Sensibilizado com o falecimento de Charlie Chaplin, João Bosco compôs uma linda melodia em sua homenagem e chamou Aldir para mostrá-la. Aldir letrou a música e fez uma singela homenagem ao rimar “Brasil” com o “irmão do Henfil”, esta rima, que por sua vez teve papel de emoção, mobilização, transformação e incentivo a uma nação reprimida. Aldir afirmou que se disesse “Betinho”, ninguém reconheceria, a referência ao irmão Henfil era mais forte, ele já tinha fama na época, enquanto a imagem pública de Betinho veio a se formar com força já pelos anos noventa, principalmente após a criação da “Ação da Cidadania”. Herbert de Souza, o Betinho, ouviu pela primeira vez a canção, na doce voz de Elis, exilado no México. Seu irmão o telefonou e pôs, sem nada avisar, para que ouvisse. Ao enviar a fita cassete, Henfil escreveu um recado: “Mano velho, prepare-se! Agora nós temos um hino e quem tem um hino faz uma revolução!”


Dito e feito!!!

A campanha pela anistia irrestrita foi a primeira movimentação nacional que obteve sucesso desde o início da sangrenta ditadura militar no Brasil. Vários manifestos ocorreram no mundo inteiro, inclusive a Conferencia Internacional da Mulher, no México, que fez de 1975 o ano Internacional pela anistia.

Em 1979, Betinho desembarcou no Aeroporto de Congonhas e se deparou com uma manifestação: Cerca de duzentas pessoas cantavam “O Bêbado e a Equilibrista”.


Troca de passes...

O que me admira na construção da história são estes pequenos detalhes que os “evangélicos” teimam em não ver. Existe coisa mais libertadora do que você parar e pensar sobre essa magnífica forma do “Vento que Sopra” soprar onde quer e não onde a “Igreja Institucional” manda? Veja, perceba que a “campanha pela anistia irrestrita”, nasce de um samba com um nome aparentemente estranho e uma voz doce, maravilhosa de Elis Regina, embalando sonhos, “chamando a existência o que não existia” para que venha existir. A voz de Elis Regina parece o cicio suave, o rumor brando que desce à caverna do profeta Elias para de lá arrancá-lo e recolocá-lo na caminhada vocacional. É justo arrazoarmos e dar razão a razão, se curvar diante do óbvio, daquilo que salta diante dos olhos, que está à vista, que Deus não é patrimônio exclusivo de “Evangélicos” e nem de qualquer outra religião!

O que me fascina nos evangelhos é isto. Quem anda lado a lado com Jesus de Nazaré percebe logo que Ele é o sol que nunca se põe, é a lua que jamais mingua, é a primavera eterna de esperança, é a cor que enche o vazio, é o conteúdo que organiza o caos, é a concordata para os corações falidos, enfim, é o começo de um existir eterno.

Andar com Jesus de Nazaré foi, e é tão empolgante por que Ele lança luzes de lucidez em nossa caminhada. Nunca foi preciso na história da verdadeira militância evangélica, termos “representantes” no poder “executivo” “judiciário” ou “legislativo”. Pelo que vemos na história da fascinante “O Bêbado e a Equilibrista” de João Bosco e Aldir Blanc, “O Sopro que sopra”, colocou nos lábios da Elis Regina “um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; e muitos viram essas coisas, e confiaram no “Fim de um Ciclo e início de um outro”. Das agruras da ditadura nasceu a ternura da democracia e hoje temos um operário, um sindicalista na cadeira principal do país; que graças a Deus deixou de ficar “deitado eternamente em berço esplêndido”, e hoje somos uma das nações mais bem quista no mundo. A muito o que melhorar, sei disso, mas já não somos os mesmos!


Definitivamente sou dos Evangelhos, não sou “evangélico”, principalmente nestes esteriótipos, nestas performances que vemos hoje nas emissoras de televisão. O que vejo, são interesses exclusivistas, vaidade sobre vaidade, antropocentrismo puro. Homens com cara dos “deuses gregos”, para cada situação temos um “Após-tôlo” querendo ser representante legal de Deus como se Deus desse a eles uma procuração para “decretarem” em seu nome, é assim que vemos “tolices” após-tolices; levitas que levitam com “músicas de consumo”, curvados diante de “mamon”, adorando o próprio umbigo.

Lançando Luzes...

Bobinhos, diz o APÓSTOLO Paulo aos Gálatas: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colhera corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá qualidade de vida”, VIDA ETERNA! E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da FAMILIA DA FÉ. (Gálatas 6:7-10).

E ainda tem gente usurpando a verdade do texto supra citado, fazendo pressão emocional no povo para arrancar o máximo de dinheiro que puderem!
O texto não fala sobre arrecadação financeira, mas isto fica para outro momento!

O Gosto gostoso do novo som!!!

O interessante de tudo isso é que o último ato de Jesus de Nazaré diante dos discípulos foi “cantado”. “Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras” (Marcos 14:26). Depois disto, veio o Getsêmani, (lugar da moenda do sofrimento) a prisão (exílio) a cruz (o sacrifício) e a ressurreição (realização dos sonhos). Qualquer semelhança com a história do Brasil é mais que mera coincidência é pura realidade espiritual queridão!!!

Assim nasce a IGREJA totalmente diferente dessa “igreja” que vemos por aqui no Brasil e pelo mundo à fora. Por isso declaro; salve a Música Popular Brasileira, o Vento que Sopra soprou sobre ela.


Quanto a mim, você pode até achar que estou “bêbado” neste vasto e colorido mundo das palavras, todavia afirmo, sou “equilibrista”, basta uma pequena fresta de luz...
Quem tem ouvidos ouça o que o espírito diz a Igreja através desta linda obra de arte!

Ùltimo trecho de “O Bêbado e a Equilibrista”.

Asas!


A esperança equilibrista...

Sabe que o show

De todo artista,

Tem que continuar...

Melhores dias... Uni-verso...O Vento Sopra...

“Mano velho, prepare-se! Agora nós temos um hino e quem tem um hino faz uma revolução!”

http://youtu.be/73qU6YdeI64


Brasília, Abril de 2.010 às 16h50.

Paulinho Almeida.
Tempo de Vida...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mantendo a Lucidez!!!


Evangelho Segundo São Mateus 14:22-33.

A lucidez é a centralidade da elucidação dos problemas que insistem nos cercarem por todos os lados. A velha frase “de poeta e louco todo mundo tem um pouco” poderia ser reescrita assim: “de lúcido e louco todo mundo tem um pouco”. Ter uma visão, um método de trabalho, ou coisa equivalente por vezes nos deixa anestesiado em relação à realidade em torno de nós, e a leitura que fazemos é que os problemas jamais nos atingirão. Todavia “Deus faz nascer o sol sobre os maus e os bons e faz vir chuva sobre os bons e os maus”. O pano de fundo de Mateus 14:22-33, mostra que os discípulos estão em uma missão sob o comando de Jesus de Nazaré, é comum pensar que quando estamos sob o comando de Jesus de Nazaré nada nos acontecerá, para este tipo de percepção triunfalista só há um remédio: Manter a lucidez!!!

É Preciso Manter a Lucidez em Meio a Missão. (v.26).

A tempestade não marca hora pra visitar nossa missão, e, além disso, é cega não escolhe qual barco vai tentar naufragar. Todavia Jesus de Nazaré declarou que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (v.25). Quando a noite chega, quando o perigo bate a porta da nossa alma, normalmente uma “burrice emocional” visita nosso ser, e a visão vira “visagem”. Ora, não fora Jesus de Nazaré que os mandara atravessar o mar mesmo sendo noite? Todavia, “os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram”. (v.26). Quando a visão vira “visagem”, perdemos a lucidez e a missão fica comprometida ao fracasso, a Presença de Deus que deveria ser confortadora fica assustadora. “Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo”! Sou eu. Não temais! Quem entender esta tríade manterá a lucidez: a). Tende bom ânimo – nunca perca o ânimo por causa dos problemas! b). Sou Eu – tenha sempre na mente que o “Eu Sou” sempre aparece quando menos esperamos! É só lembrar de Daniel nas covas dos leões, de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha ardente, da travessia do mar vermelho e tantos outros exemplos descritos na bíblia. c). Não temais – não temer, não ter medo é essencial para continuarmos lutando até o fim!!!

É Preciso Manter a Lucidez Diante da Presença. (v.28).

A presença de Deus é o presente mais fascinante que Ele mesmo quer nos outorgar. Todavia, essa presença é também um perigo que ameaça nossa lucidez. Jesus de Nazaré já falara que era Ele que andava por sobre o mar e Pedro em nome de uma fé infantil, imatura, insiste na sua falta de lucidez e diz: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”. Se Jesus já tinha declarado ser Ele, porque duvidar questionando sua Presença? A resposta é simples, queremos ser como Ele até em divindade, queremos controlar as ondas, as tempestades, as adversidades, e nos sentirmos um pouco dono do mundo, queremos nos sentir divinos. Todavia a Presença de Deus em nós e em nosso meio não é para nos divinizar e nos colocar acima do bem e do mal; a presença de Deus em nós tem como objetivo nos santificar. Quem é santo tem lucidez diante da Presença. De mar e tempestade entende Ele, eu e você devemos apenas nos submeter e admirar sua Presença na bonança ou na tempestade!!! Davi descobriu este segredo. “Na tua Presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta”. (Sl. 38:9). Talvez seja esta a razão de Davi ter entrado na historia de Deus e dos homens, como o homem segundo o coração de Deus!!! Ser lúcido é preciso!!!

É Preciso Manter a Lucidez O Adorando. (v.32,33).

Adoração é o encontro do eu com o Eu sou, é mais que prostrar diante de Deus; adoração é interação. A palavra interação significa: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais pessoas, também significa, ação recíproca. Adoração passa pela dimensão da força que duas partes exercem uma sobre a outra, quando estão suficientemente próximas. Adoração é simbiose: vida em comum com outro; associação entre dois seres vivos que vivem em comum; é entendimento íntimo entre duas pessoas. Todo caminho nos leva às grandes descobertas, sejam boas ou más. Todavia, andar por sobre o mar não prova que estamos adorando a Ele. Andar com Jesus de Nazaré oportuniza aos discípulos grandes descobertas fazendo-os lúcidos na adoração. A lucidez é mantida quando adoramos a Presença de Jesus de Nazaré, principalmente dentro do barco. Sair do barco é loucura, e naturalmente perde-se o fluxo de consolidação que nos permite adorar o Senhor em espírito e em verdade, permaneça firme no Oikós, (Grupos Caseiros) nos cultos de celebração aos domingos e sonhe com seu Grupo de discipulado, que é seu barquinho, lugar seguro para adorar com lucidez!!!

Conclusão.

Loucura é o antônimo de lucidez, porém, nossa loucura deve ser em torno do desafio da cruz. Enfrentar a cruz sem temer é loucura para o mundo, todavia, é lucidez para Deus. “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos poder de Deus”. (I Cor. 1:8).

Aplicação.

Ultimamente temos visto a igreja exercitando a “grande omissão”. Todavia, É preciso urgentemente, Manter a lucidez, para exercitar a “Grande Co-missão”. A missão Integral da Igreja tantas vezes ministrada por René Padilha. (a maior contribuição de René Padilha à Igreja mundial foi a consolidação da teologia da Missão Integral – uma abordagem que leva em conta as necessidades humanas em sua plenitude. “Corpo, alma, emoções e mente não pode ser dissociados”, diz um dos pontos do pacto de Lausanne 1974). Controlando a maluquez, misturando com a lucidez, prossigamos para a loucura da Cruz!!!



Paulinho Almeida.
Tempo de vida...


segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma homenagem ao "Dia Internacional da Mulher".

Tudo que Deus fez é perturbadoramente belo. Todos os gestos de Deus desembocam na magia da criação, na plástica sedutora de olhar-sem-se-cansar, tem uma projeção estética que nos fascina, inquieta, arrasta, produz uma certa comoção emocional diante de tudo que existe e que revela um Deus poeta, mágico, romântico, irresistivelmente criativo, encantadoramente apaixonado pelo que faz e ainda está grávido de fazer.

Deus mesmo curte o que faz. Ele celebra intensamente todos os atos criativos que gesticula diante de nós. Ele curte e transa a criação do mundo em todos os detalhes e por isso é que se lê, logo na gênese da criação, que “Viu Deus que era bom tudo o que tinha feito”.

Eu gosto fortemente disto, de saber que Deus não tem uma onipotência destituída de prazer, uma onisciência frigida, uma onipresença “brastempzada”, fria, gelada, indiferente.

Deus é Deus que possui uma tremenda emotividade que sente todas as variáveis emocionais que sentimos, por isto mesmo Ele chora, Ele ri, Ele abraça, sente ciúmes, luta para ter espaço na agenda da humanidade, curte as criancinhas, vive uma onisciência que experimenta “surpresa”, como foi no caso da mulher Cananéia.

Já fora dito que Ele faz festa, liga o som na maior altura lá no céu e faz o maior “forró” no Paraíso todas as vezes que um pecador se arrepende, como você está cansado de ler na Bíblia.

Você já viu como os homens pulam na arquibancada de um estádio depois de um gol do time do peito, que mexe com seu coração?

Ainda que isto seja colocado de forma muito pobre, assim que se faz “gol-conversão” de um pecador, a arquibancada do céu treme, as bandeiras da graça e da misericórdia são balançadas para lá e para cá, é foguete ecoando pelos páramos celestiais, é coca-cola rolando, é anjo abraçando e Deus rindo, feliz, abraçando todo mundo.

Pois bem. Tudo que Deus fez tem o selo do lúdico, do lirismo sentimental. Por isso, nós nos encantamos e celebramos toda a insustentável beleza do cosmo. É belo olhar pro céu, é lindo flertar com a lua, piscar para estrelas, trocar um cafuné com o mar, ficar cheio da “onda” com as praias, deixar que o vento roce, encoste, e tire uma casquinha do nosso corpo, faça cócegas no nosso rosto, deixar que o sol nos dê um bronzeado cor-de-paixão.

É belo você acordar e ouvir os passarinhos fazendo festa pela manhã, musicalizando a alegria de ser criatura de Deus, é bonito ver as mais distintas diferenças entre os animais e com todos eles compondo um quadro que faz da natureza um poema escrito com a linguagem do Mistério de todos mistérios.

Toda criação é marcada pela variável e é exatamente isto que nos atrai e seduz tanto. Nada é igual e quando se percebe a profundidade disto, tem-se, sempre, uma atitude de gratidão e de fascínio pelo que Deus é e consubstancializa na historia dos homens.

Que me perdoem os pessimistas, os derrotistas, os negativistas, os ceticistas, os que vivem de mau-humor, como se estivessem sempre tomando chá de boldo e comendo bolo de cerveja, mas viver é uma poesia, existir na dimensão da criação de Deus é inexpugnavelmente fascinante, é superlativamente gostoso viver.

Tudo que Deus fez tem a marca, o timbre, o carimbo do belo. O céu é lindo, a terra é fofa, os rios são veias abertas de vida, os mares são missionários de todo o carimatismo de Deus, os pássaros são a voz de Deus nos convidando a celebrar a vida com a expectativa de que se Ele cuida dos passarinhos, muito mais haverá de cuidar de nós. Ouvir os pássaros é fazer terapia contra a ansiedade logo de manha.

É gostoso ver a molecagem dos macacos, a personalidade hermética, fechada do leão, gosto de ver o jeito cínico do jacaré ficar olhando e flertando com a gente, a boca semi-aberta, sorriso de malandro no canto da boca. É fantástico.

Os vales, os montes, as serras, as planícies, as montanhas, os grandes picos, o sul e o norte, o leste e o oeste, o inverno e o verão, o outono e a primavera, o dia e a noite, o menino e o velho, é, de fato a vida é bela, bem mais do que se pensa.

Entretanto, apesar de toda a beleza cosmogônica que existe, ainda que se perceba intuitivamente ou dedutivamente toda a plástica projetada visualmente diante de nos, nada, absolutamente nada, se compara à perturbadora beleza de uma mulher.

Sem ela, sem a presença da mulher no cosmo, nos viveríamos uma espécie de frustração cósmica. Porque, de tudo que Deus fez, o auge, o climasx, o ponto “G” de tudo está na mulher. Ela é o “Magnificat” criativo do Senhor, é a explosão de todo o telurismo que bate forte no seu peito. A mulher é a obra que dá o “Tchan”, o “reboleichon”, pra tudo que Deus fez.

Pense no mundo sem mulher. De repente somos obrigados a pensar que o mundo é feio, que o verde virou cinza, que o mar está seco, que a vida é um eterno inverno, que toda a música é um convite para participar de um ato fúnebre.

Já pensou em Adão lá no Paraíso, sem mulher? Com toda a certeza, ele vivia uma solidão sentimental, uma ausência tomava conta do seu coração, “uma-saudade-do-que-não-sei” incomodava profundamente toda a dimensão e constituição de sua condição de homem.

De forma que a mulher é o maior e melhor presente de Deus para história. Com ela, Deus deu cor, sabor, coloriu tudo e todas as coisas da historia. A mulher é a poesia em forma de carne que Deus escreveu, “é o poema que está escrito na memória da minha pele” (João Bosco).

Mulher é tudo isso e ainda mais. E nada do que foi falado, pensado, sonhado em torno da mulher se esgota. Mulher é como uma flor nascida entre as lápides da historia. Mulher é como colibri que não se cansa de visitar as flores, porque sabe que elas estão sempre esperando a visita de alguém que celebre a abertura que as próprias flores dão para todos que delas se aproxima.

Obs: No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Abaixo todo tipo de violência contra a mulher!!!

Paulinho Almeida.

Tempo de Vida...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Conhecer a verdade implica também em admitir realidades!!!

O Mito da Caverna.

O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões pelos tempos a fora. A mais recente delas é o livro de José Saramago A Caverna.

A Condição Humana.

Platão viu a maioria da humanidade condenada a uma infeliz condição. Imaginou (no Livro VII de A República, um diálogo escrito entre 380-370 a.C.) todos presos desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizados, obrigados pelas correntes que os atavam a olharem sempre a parede em frente. O que veriam então? Supondo a seguir que existissem algumas pessoas, uns prisioneiros, carregando para lá para cá, sobre suas cabeças, estatuetas de homens, de animais, vasos, bacias e outros vasilhames, por detrás do muro onde os demais estavam encadeados, havendo ainda uma escassa iluminação vindo do fundo do subterrâneo, disse que os habitantes daquele triste lugar só poderiam enxergar o bruxuleio das sombras daqueles objetos, surgindo e se desfazendo diante deles. Era assim que viviam os homens, concluiu ele. Acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos (que Platão chama de ídolos) eram verdadeiras, tomando o espectro pela realidade. A sua existência era, pois inteiramente dominada pela ignorância (agnóia).

Libertando-se dos grilhões.

Se por um acaso, segue Platão na sua narrativa, alguém resolvesse libertar um daqueles pobres diabos da sua pesarosa ignorância e o levasse ainda que arrastado para longe daquela caverna, o que poderia então lhe suceder? Num primeiro momento, chegando do lado de fora, ele nada enxergaria, ofuscado pela extrema luminosidade do exuberante Hélio, o Sol, que tudo pode, que tudo provê e vê. Mas, depois, aclimatado, ele iria desvendando aos poucos, como se fosse alguém que lentamente recuperasse a visão, as manchas, as imagens, e, finalmente, uma infinidade outra de objetos maravilhosos que o cercavam. Assim, ainda estupefato, ele se depararia com a existência de um outro mundo, totalmente oposto ao do subterrâneo em que fora criado. O universo da ciência (gnose) e o do conhecimento (episteme), por inteiro, se escancarava perante ele, podendo então vislumbrar e embevecer-se com o mundo das formas perfeitas.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, disse Jesus de Nazaré. Conhecer a verdade implica também em admitir realidades, e a admissão da realidade é o primeiro passo para que tal realidade seja mudada.

Em Jesus de Nazaré vive-se este projeto absoluto de libertação; posto que as religiões criam novas-velhas cavernas que impossibilitam o ser humano de ser humano. O cristianismo institucional é uma caverna que aprisiona. Deus em Jesus de Nazaré não criou os evangélicos; todavia expôs o Evangelho cheio de graça e de verdade para que víssemos sua glória!!!

Pense nisso!!!

Paulinho Almeida.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A Força do Acreditar como Critério de Verdade

Sonhar e acreditar no sonho são o sal da vida. Não há nada de errado, em princípio, em apostar alto na vida privada ou na vida pública, correr o risco no amor, nos negócios, na arte ou no que for o caso. O comportamento exploratório – ousar o novo, tentar o não tentado, pensar o impensável – é a fonte de toda mudança, de todo avanço e da ambição individual e coletiva de viver melhor. Viver na retranca, sem esperança e sem aventura, não leva ao desastre, é verdade, mas também não leva a nada. Pior: leva ao nada da resignação amarga e acomodada que é a morte em vida – o niilismo entediado, inerte e absurdo do “cadáver adiado que procria.”


O problema não está em sonhar e apostar, mas na qualidade do sonho e na natureza da aposta. O melhor dos mundos seria combinar o ideal prático da coragem das nossas convicções, quando se trata de agir, com o ideal epistêmico da máxima frieza e distanciamento para atacar e rever nossas convicções, quando se trata de pensar. É o que propõe, de certo modo, Goethe: “Existe uma reflexão entusiástica que é do maior valor, contanto que o homem não se deixe arrebatar por ela”. Uma quadratura virtuosa do círculo: a paixão medida.

A dificuldade reside em viver à altura dessa exigência simultânea de entrega e autocontrole. Reconhecer, de um lado, que nada de grandioso se faz neste mundo sem entusiasmo e paixão, mas nem por isso aceitar, de outro, que a força da paixão e o ardor do entusiasmo se tornem critérios de verdade em nossa compreensão do mundo. Na vida pública, o duplo perigo é bem retratado pelo poeta irlandês Yeats: “Os melhores carecem de qualquer convicção, enquanto os piores estão repletos de apaixonada intensidade”. Para o indivíduo, o risco é análogo. As paixões medidas e analisadas esmorecem e definham, enquanto as paixões desmedidas e desgovernadas arrebatam e atropelam.

Aquilo que somos e aquilo que fazemos podem ter pouco a ver com aquilo que acreditamos ser ou estar fazendo. A pessoa movida por uma paixão poderosa, qualquer que ela seja, vive um momento de máxima força e máxima fragilidade. Suas certezas brilham e ofuscam. Sua autoconfiança revigora o ânimo mas tende a afogar a lucidez. A mesma confiança em si mesmo que move montanhas na vida pública e irriga o agreste na vida privada é o passaporte do auto-engano – verdades que mentem, pesadelos utópicos, quebra de confiança. O acreditar é aliado do instinto. Enquanto o homem, com sua malícia, está indo, a natureza, com a sua inocência, está voltando. É por isso que nossos desejos e metas, não importando quais sejam, têm o dom insinuante de se fazer justificar a si próprios para nós mesmos, inspirando-nos com as certezas íntimas, deliciosas e inabaláveis que nunca falham em justificá-los.

Não há nenhuma razão necessária para que o comportamento exploratório tenha que envolver alguma forma de auto-engano. As relações humanas são o que são: a paixão entre os sexos detesta a temperança e a paixão política tem horror à dúvida. Escrito ou aberto, o futuro é incerto. Nem todo erro, contudo, implica auto-engano. É a exacerbação da crença de que a verdade foi encontrada – de que as certezas e convicções que nos impelem à frente têm o valor cognitivo de uma revelação divina ou de um teorema geométrico – que trai a ocorrência de algum processo espontâneo e tortuoso de filtragem, contrabando e auto-engano. O passo fatal, do ponto de vista lógico, apesar de absolutamente natural sob uma ótica psicológica, é confundir calor com luz. É transformar a força e o brilho de uma crença – a intensidade do acreditar – em critério de verdade.

A quadratura do círculo é insidiosa e segue um padrão bem definido. Duvidar dói. Se a certeza que me toma é tão íntima, veemente e arrebatadora, então ela só pode ser verdadeira. Se o meu entusiasmo pela causa é tão intenso e as convicções que me movem à frente são tão fortes, então elas não podem ser falsas. Tudo em mim conspira para atribuir à causa que esposo e às convicções que giram em torno dela a legitimidade e a racionalidade de verdades inescapáveis. Autoridade para tanto, jamais me falta. Minhas promessas e análises, por mais delirantes que possam parecer aos incautos ou aos não-iniciados, são frutos da inspiração superior, da dialética profunda ou do mais absoluto rigor científico. Que ninguém se iluda: quem soubesse o que sei e sentisse o que sinto fatalmente chegaria às mesmas conclusões.

Seria exagero, é certo, supor que quanto maior a intensidade de uma crença, menor a probabilidade de que ela seja verdadeira. Mas o envolvimento de emoções poderosas no processo de formação de crenças é razão de sobra para que se proceda com a máxima cautela. Todo cuidado é pouco. O brilho intenso ofusca e o calor é inimigo da luz. Crenças saturadas de desejo podem ser verdadeiras, falsas ou indecidíveis. Mas o simples fato de que estão saturadas de desejo é sinal de que temos um enorme interesse – e ínfima isenção – na determinação do seu valor de verdade. Está aberta a porta dos fundos para a inocência culpada de resultados que escarnecem brutalmente de nossas intenções.

A força do acreditar, é verdade, faz milagres. Mas isso não a torna critério de verdade., assim como a disposição a resistir e agüentar todo tipo de perseguição em nome de um ideal revela, sim, bravura, mas nada nos diz sobre a validade da causa em jogo de um ponto de vista ético. A confusão, no entanto, é tão freqüente como sedutora, e nossa capacidade de resistir a ela na vida prática é variável e limitada. As mentiras que contamos para nós mesmos não trazem estampadas na fronte as suas credenciais. A análise dos caminhos suaves do auto-engano ajuda a elucidar o enigma do sofrimento que tantas vezes nos causamos a nós mesmos e uns aos outros – a metamorfose de promessas sinceras em traições obscenas na vida privada e a alquimia de certezas contagiantes em equívocos monstruosos na vida pública.

O princípio da complementaridade na física quântica reza que “uma grande verdade é uma afirmação cujo contrário é também uma grande verdade”. O poeta Hölderlin afirma que “o homem é um deus quando sonha, um mendigo quando reflete”. Sob a ótica do auto-engano, contudo, o contrário dessa grande verdade não é menos verdadeiro: o homem é um mendigo quando sonha, mas compartilha algo do divino quando reflete.

Reflexão sobre "Auto-engano!!!

Paulinho Almeida.

Tempo de Vida...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

El-Shaddai, O Deus que se Derrama.


Evangelho Segundo São João 1:1-5.

Estar ministrando aqui hoje tem alguns motivos que de um jeito ou de outro, de uma forma ou de outra, são motivos que fazem parte da minha vida, da sua, da nossa vida. Nós nos encontramos neles e dependendo de como nós encaramos os motivos, nos desencontramos.
Mas, o fato é que estes motivos fazem parte da nossa existência. Por mais que eu tente e por mais que você se arrebente no sentido de dizer não, ainda assim, apesar de ser assim, eles estão presentes, se mostram latentes no agendamento da nossa vida.
O primeiro motivo é que El-Shaddai, o Deus que se derrama é a agenda da vida. “Porque dele por meio dele e para Ele são todas as coisas”. (Romanos 11:33). El-Shaddai, o Deus que se derrama é o tema, é o fato, é notícia na história de todos nós. El-Shaddai, o Deus que se derrama é matéria da história humana, é símbolo de sonho, de esperança, de resistência, de ternura, de abertura, de doação e entrega ao projeto Soberano.
O segundo motivo é que, sendo El-Shaddai, o Deus que se derrama a própria agenda da vida, eu preciso me definir como é que vejo, sinto, leio, percebo e interpreto o que “dele” é e o que “dele” se fala. Eu não posso me alienar e nem me distanciar da temática de El-Shaddai, o Deus que se derrama. Não existe jeito de articular escape. Eu estou comprometido e tenho de assumir uma posição em tudo que diz respeito à El-Shaddai, o Deus que se derrama.
O terceiro motivo é que eu conheço gente pra valar, gente que amei ou que amo, gente que andou ou anda comigo, gente que entrou e já saiu da história mas que continua vivendo a vida na vida de “minha história”, como é o caso da minha mãe, que já faleceu, de tios e tias, de irmãos e amigos como muitos que me ouvem. E toda essa gente viveu uma certa relação com “El-Shaddai, o Deus que se derramaI”, tiveram suas vidas tocadas por “ele” ou pelo menos “dele” pensavam. E eu não sou frio pra dizer que isto era problema deles. Quando se ama muito, tudo que envolve as pessoas que por nós são amadas, nos envolve, senão não é amor.
O quarto e último motivo é que me sinto responsável em ser interprete pra uma geração que tem muita dificuldade em ler o que está acontecendo e que ainda irá acontecer no chão da nossa história. Eu sinto uma certa mobralizaçao tomando conta de muitos, percebo uma certa analfabetização coletiva no que diz respeito aos grandes temas da bíblia e da vida e, ao lado disto tudo, vejo o desabrochar, no Brasil uma “espiritualidade” morna, sem compromisso com o Senhorio de El-Shaddai. Por causa disso é que vemos muitas Igrejas evangélicas funcionando como “balcão de serviço”.
Quero falar-lhes com a intenção de produzir reflexões a uma espiritualidade viva e da vida, a minha esperança é que em nome de El-Shaddai as minhas palavras possam produzir ponto de encontro, de abraço e de celebração.
Quero falar-lhes com a esperança de arrancar os espinhos que machucam as pessoas, arrancar as cercas, os arames e os muros que separam as pessoas.
Se hoje você abrir o coração, El-Shaddai se derramará para exorcizar todas as intransigências e instalar pontes, erguer viadutos que liguem, o seu coração com o coração d’Ele construindo, através do seu derramar, uma humanidade que faça do amor o nervo que liga os desiguais, eliminando assim, as diferenças e os rótulos que são impostos e que se traduzem em distanciamento e ruptura. Partindo destes pré-supostos nos surge uma pergunta.

Quais as prerrogativas que compõe o derramamento de El-Shaddai?

Pensemos em pelo menos três prerrogativas que nos levam a fonte, a causa, que compõe o derramamento de El-Shaddai. Olha só o que a Bíblia diz a esse respeito: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus...” (Jo.1:1).

A primeira prerrogativa que compõe o derramamento de El-Shaddai, é o VERBO. “No princípio era o VERBO”.

 O verbo é sabedoria eterna (imaginação).
 O verbo é expressão, aquilo que revela o interior de uma pessoa.
 O verbo é palavra que designa ação, estado qualidade ou existência.

É o que diz o livro de Gênesis, quando El-Shaddai cria o universo e o homem para ter comunhão com eles, para estabelecer com eles comunhão e curtir uma paixão eterna com a criatura.
Esta prerrogativa, que é o verbo, a palavra, está sendo resgatada na Igreja, através do conceito de que é possível possuir sem ser possuído, de restaurar quando tudo aparentemente está perdido. Não há psicologia, nem grupo de auto-ajuda para casais, que dê jeito em casamentos falidos, fadado ao fracasso, só mesmo o VERBO, a palavra de Deus restaura casamentos. (Empresas, negócios, saúde, finanças, etc.).
Penso que hoje seja o dia de verbalizar em nome do VERBO, que nos comprometemos com o derramar de El-Shaddai que veio restaurar a suficiência da palavra, nos fazendo ir além do que podemos imaginar!!!

A segunda prerrogativa que compõe o derramamento de El-Shaddai, é a “vida que estava n’Ele”. (Jo.1:4).

Esta prerrogativa gera empatia.
Imagine um homem se tornando um verme, chocante não é? Mais isso é muito pouco, é apenas uma criatura se tornando outra criatura. Agora pense mais um pouco comigo, “o verbo se fez carne”, o criador de todas as coisas se tornou criatura. C.S.Lews diz que este é um “ato absurdo de Deus”. É Deus ao alcance das mãos dos predadores.
Queridos, isto deve me inspirar a ser ministrado pelo mais simples irmão que me rodeia, afinal, foi por causa deste derramamento magnífico de Deus que todos nos tornamos “irmãos”. A palavra mais linda no corpo de Cristo é esta, é ela que nos faz “um”. É nela que governador e engraxate, se sujeitam um ao outro no amor do Senhor.
O que de belo existe em El-Shaddai o Deus que se derrama, é o resgate dessas coisinhas miúdas que a muiiiiito tínhamos esquecido.
Para mim, relacionar-se com El-Shaddai o Deus que se derrama, é isso, é troca de informações, é apelo à igualdade, é empatia, é se colocar no lugar do outro. El-Shaddai, o Deus que se derrama está se derramando hoje aqui para resgatar em nós as coisas do princípio. Esta segunda prerrogativa que é “a vida que estava n’Ele”, gera compaixão geográfica. Olha comigo ainda (Jo.1:14). “E habitou entre nós”.
El-Shaddai, o Deus que se derrama, ocupa o mesmo pedaço de chão com o homem. Isto mostra que Deus em Cristo assume três tipos de responsabilidade.

 A primeira é psicológica, Ele tem alma de homem.
 A segunda é fisiológica, Ele tem corpo de homem.
 A terceira é pedagógica, Ele aprende com os homens.

Se vocês querem ver a alegria estampada no rosto dos irmãos, abram suas casas, ou então vão à casa das pessoas simples, entre no cotidiano delas, faça como Deus em Cristo, visite a casa de Maria, Marta e Lázaro, derrame vida onde tem cheiro morte.
Esta segunda prerrogativa que é “a vida que estava n’Ele” (Jo.1:14), mostra que Deus não se diminui e nem troca seu papel, pois Ele permanece, “cheio de graça e de verdade”. (Jo.1:14b).

Graça é a capacidade de se misturar; verdade é a capacidade de não se corromper.

Debaixo da unção de El-Shaddai, o Deus que se derrama, pastoreamos e somos pastoreados, ensinamos e somos ensinados, santificamos e somos santificados.

A terceira prerrogativa que compõe o derramamento de El-Shaddai, é “a luz que resplandece nas trevas”. (Jo. 1:5).

O que esta prerrogativa me revela? Esta prerrogativa me revela a imutabilidade de El-Shaddai o Deus que se derrama. Ao se derramar humanizando, El-Shaddai não perde seus atributos, El-Shaddai os deixa palpável.
Agora a luz não é apenas um reflexo é lamparina que se toca, que se permite acender por uma mãe desesperada, ou um pai aflito, é o toque nos olhos do cego à beira do caminho, enfim, é luz ao alcance de todos, é luz do mundo no mundo.
Uma igreja que se derrama diante de El-Shaddai que se derrama, possibilita este alcance da luz, senão veja o que diz o texto sagrado: “A saber: a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina a todo homem”. (Jo.1:9).
A luz a tudo penetra e não se contamina, uma Igreja que se derrama, pode penetrar em qualquer bairro, em qualquer país, pois tem esta característica. Na China, mais de um milhão de irmãos, vivem como Igreja que se derrama. Este foi o método da Igreja primitiva, também será, o mesmo método da igreja da última hora, aleluia!!!
Precisamos de mais companheirismo, mais solidariedade em nossas Igrejas. O modelo Oikós, de casa em casa nos oportuniza este estilo de vida.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”. (Mt.5:14).
El-Shaddai, o Deus que se derrama, está desafiando eu e você a edificar sobre um alto monte. E não tem como edificar sobre um alto monte sem se derramar como Ele!!!


Na esperança que não desvanece mesmo quando se derrama!!!


Paulinho Almeida
Tempo de Vida...